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Conhecimento e ações 

Pilar 4 – Por que é tão difícil sair das drogas?

A dependência prende. Não só o corpo, mas a mente, as emoções e o próprio funcionamento do cérebro.
Sair das drogas é possível — mas não é simples. É uma jornada difícil, marcada por medo, recaídas, conflitos internos e necessidade de apoio contínuo.


Quem vê de fora costuma se perguntar: “Por que ele não para?” A resposta é: porque ele não consegue. Ainda.

Compreender o que prende o dependente é essencial para oferecer ajuda real, sem julgamento.

O cérebro fica condicionado à droga

As drogas atuam diretamente no sistema de recompensa do cérebro, liberando grandes quantidades de dopamina — o neurotransmissor ligado ao prazer.

As sensações provocadas são tão intensas que o cérebro passa a associar a droga à sobrevivência, ao alívio e à recompensa.

Com o tempo, o cérebro se adapta — e começa a exigir doses cada vez maiores para provocar o mesmo efeito. É o que os especialistas chamam de tolerância.

Essa tolerância reforça o ciclo da dependência: a pessoa usa mais, com mais frequência, mas sente cada vez menos prazer.

Paralelamente, ela perde a capacidade de sentir prazer de modo natural — com o convívio social, o afeto, o trabalho, o dia a dia. Só a droga ativa esse sistema. É por isso que o dependente continua a usar, mesmo quando está sofrendo e se prejudicando.

O desejo de usar continua

Mesmo diante do sofrimento, a pessoa sente um impulso forte e incontrolável para voltar a usar.
Esse desejo é chamado de craving: uma fissura que domina os pensamentos, altera o humor e pode desencadear recaídas. Ele não é “frescura”. É um sintoma real da doença.

Medo de encarar a dor real

A droga muitas vezes serve para anestesiar sentimentos difíceis: tristeza, raiva, vazio, traumas não resolvidos.
Parar de usar significa encarar a dor de frente — e isso pode ser assustador.

Ruptura com vínculos e rotina

Ao iniciar a recuperação, o dependente precisa se afastar de pessoas, ambientes e hábitos que alimentavam o uso.
Isso provoca sensação de solidão, confusão e perda de identidade. É preciso reconstruir tudo — inclusive o sentido da própria vida.

Abstinência física e emocional

Nos primeiros dias ou semanas sem a substância, o corpo e a mente sofrem.
A pessoa sente insônia, irritação, ansiedade, dor física e emocional.
Sem orientação e acolhimento, muitos voltam a usar apenas para “parar de sofrer”.

A negação persiste

Mesmo com prejuízos evidentes, muitos dependentes não reconhecem a gravidade da situação.
Negam que perderam o controle, que estão doentes ou que precisam de ajuda.
Essa negação faz parte da doença e é um dos maiores obstáculos ao tratamento.

Falta de apoio, tratamento e oportunidade

Muitos querem parar, mas não sabem como.
Não têm acesso ao tratamento adequado, não contam com escuta empática, não conseguem enxergar caminhos reais para mudar.
Sem alternativas concretas, a droga continua sendo o único alívio acessível.

⚠️ Importante

A dependência não é uma escolha. É uma prisão neuroquímica, emocional e social.
A saída existe — mas exige acolhimento, tratamento, tempo, estrutura e paciência.


Quem ajuda precisa compreender que cada tentativa de parar é uma batalha — e cada gesto de apoio, um passo a mais na direção da liberdade.

>> 1 – Entenda a doença

>> 2 – Evolução da Doença

>> 3 – Por que as pessoas entram nas drogas

>> 4 – Por que é tão difícil sair das drogas? 

>> 5 – Como abordar o dependente

>> 6 – Como lidar com a negação

>> 7 – Como conquistar a confiança do dependente

>> 8 – Como convencê-lo ao tratamento

>> 9 – A necessidade de mudar de vida

>> 10 – Como manter a sobriedade no dia a dia

>> 11 – O perigo da codependência

>> 12 – O papel da espiritualidade e do propósito na recuperação

>> 13 – Como reconstruir os vínculos familiares

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